O Hamas recebeu uma proposta de Israel para libertar um grupo de 10 reféns, incluindo um soldado americano-israelense, informou um alto funcionário do grupo à TV libanesa al Mayadeen nesta segunda-feira (14).
De acordo com o relato, a iniciativa também inclui um cessar-fogo nos combates por 45 dias, período no qual as travessias de fronteira seriam permitidas para a entrega de ajuda humanitária. O acordo ocorreria nos termos israelenses.
O plano também prevê a redistribuição das Forças de Defesa de Israel (FDI) na Faixa de Gaza para áreas ocupadas antes de 2 de março e um compromisso de negociar uma segunda fase. Essas negociações incluiriam discussões sobre um cessar-fogo permanente, a retirada militar israelense, o desarmamento do Hamas e a futura governança do enclave palestino.
O alto funcionário do Hamas disse ainda que o grupo não respondeu à proposta e está atualmente analisando-a. Entretanto, está pronto para libertar todos os reféns israelenses desde que seja realizada também uma "troca séria de prisioneiros palestinos" e Israel acabe com a guerra em Gaza.
"Estamos prontos para libertar todos os prisioneiros israelenses em uma troca séria de prisioneiros, o fim da guerra, a retirada das forças israelenses da Faixa de Gaza e a entrada de ajuda humanitária", disse o porta-voz Taher al-Nunu à AFP.
O representante do Hamas também acusou as autoridades israelenses de obstruir os progressos de negociações, enfatizando que "o problema não é o número de reféns, mas sim o fato de que a ocupação está renegando seus compromissos, bloqueando a implementação do acordo de cessar-fogo e continuando a guerra".
Na primeira fase do cessar-fogo, entre 19 de janeiro e 17 de março, foram libertados 33 reféns, oito dos quais mortos, em troca da libertação por Israel de cerca de 1,8 mil prisioneiros palestinos. Até agora, os esforços para restabelecer o cessar-fogo têm esbarrado em divergências relacionadas ao número de reféns que o Hamas deve libertar.
A guerra em Gaza foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023.
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