O comandante do veleiro de luxo Bayesian, cujo naufrágio no sul da Itália deixou sete mortos, incluindo o bilionário britânico Mike Lynch e sua filha, Hannah, foi colocado oficialmente sob investigação nesta segunda-feira (26).
O neozelandês James Cutfield, de 51 anos, é um dos 15 sobreviventes da tragédia ocorrida na última segunda (19), quando iate Bayesian naufragou em meio a uma onda de mau tempo no Porto de Porticello, na província de Palermo.
O Ministério Público de Termini Imerese investiga Cutfield por naufrágio e múltiplas acusações de homicídio culposo em decorrência das mortes das sete vítimas, informou o jornal italiano "La Repubblica".
A decisão é tomada um dia após o comandante ser interrogado pela segunda vez em uma semana no último domingo (25), por cerca de duas horas.
Na ocasião, o capitão respondeu a perguntas sobre a posição do veleiro e dos botes, se portas e escotilhas estavam fechadas e quando o alarme foi disparado depois que o Bayesian foi atingido por uma tromba d'água semelhante a um tornado, segundo fontes oficiais.
As autoridades também levaram em consideração os aproximadamente 32 minutos entre o momento em que o superiate de 56 metros de comprimento começou a ser inundado e o período em que um sinalizador vermelho foi lançado de um bote salva-vidas, às 4h38 (horário local) da segunda-feira.
A investigação aberta oficialmente sobre a potencial responsabilidade do capitão no acidente foi um o fundamental para os promotores prosseguirem com as autópsias nas sete vítimas que vão ser realizadas pelos médicos do instituto de medicina legal do hospital local, explicaram as autoridades.
Durante o novo interrogatório, segundo a imprensa italiana, Cutfield foi informado de que está sob investigação e foi convidado a escolher um endereço no país e a nomear um advogado de defesa.
Originário da Nova Zelândia, o comandante é considerado um profissional experiente, tendo em vista que trabalhou durante anos a bordo de grandes embarcações e que conhece bem o Mediterrâneo. Antes de ser contratado por Lynch, ele trabalhava para um bilionário turco.
No último fim de semana, o procurador italiano Ambrogio Cartosio, que investiga o naufrágio, afirmou em coletiva de imprensa que "não exclui qualquer hipótese por trás da tragédia" e que considera "fundamental" recuperar o veleiro do mar para esclarecer tudo.
O "Bayesian" afundou na noite da segunda-feira ada na costa da cidade siciliana de Porticello no meio de uma forte tempestade e sete das 22 pessoas a bordo morreram no naufrágio.
Além de Lynch e sua filha, Hannah, de 18 anos, a tragédia matou Ricardo Thomas, cozinheiro da embarcação; Jonathan Bloomer, presidente do banco Morgan Stanley International, e sua esposa, Judy Bloomer; o advogado de Lynch, Chris Morvillo, e sua mulher, a designer de joias Neda Morvillo.
Lynch havia levado amigos e familiares para o iate Bayesian para celebrar o fim de um processo legal de 12 anos decorrente da venda bilionária de sua empresa de tecnologia para a HP.
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