A cidade de Roma, na Itália, receberia no próximo sábado (3) uma nova reunião entre as delegações do Irã e dos Estados Unidos, que miram avançar mais um o rumo a um possível acordo sobre o programa nuclear do país persa. No entanto, o governo de Omã anunciou hoje (1º) que a cúpula foi adiada "para uma data a ser determinada".
O ministro das Relações Exteriores de Mascate, Badr Albusaidi, declarou que a quarta rodada das negociações foi "adiada por razões logísticas". Até o momento, as conversas ainda não produziram muitos resultados definitivos em relação ao assunto.
Antes de a cúpula ter sido adiada, Abbas Araghchi, chanceler do Irã, chegou a revelar que antes do encontro com os americanos haveria uma reunião com França, Reino Unido e Alemanha.
"O papel dos três países europeus nas negociações diminuiu por causa de suas políticas errôneas e pouco construtivas, além das declarações recentes de algumas autoridades europeias", disse o iraniano, fazendo referência aos comentários do chanceler francês, Jean-Noel Barrot, que ameaçou reativar sanções ao Irã.
As negociações indiretas entre o enviado dos EUA, Steve Witkoff, e Araghchi, que começaram em 12 de abril e foram mediadas por Omã, representam o contato de mais alto nível entre Washington e Teerã nos últimos anos. As conversas seguem a carta que o presidente americano, Donald Trump, enviou em março ao líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, na qual pediu negociações, mas alertou sobre uma possível ação militar se o país recusasse.
Apesar dos "progressos" alcançados durante as últimas negociações, as ameaças americanas seguem de pé. No último encontro em Mascate, Trump se mostrou otimista, insinuando, no entanto, que a opção militar segue sobre a mesa.
O ministro iraniano, por sua vez, também pareceu cauteloso sobre o assunto, dizendo que ainda havia "diferenças tanto nas questões principais quanto nos detalhes".
Embora acidentado e frágil, o caminho das negociações continua com um duplo objetivo: para o Ocidente, garantir que Teerã não adquira armas nucleares; já ao Irã, o levantamento das sanções que destruíram sua economia por anos, ao mesmo tempo em que manteve seu programa nuclear civil.
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