O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (4) a prisão preventiva da deputada Carla Zambelli (PL), que está nos Estados Unidos e anunciou que deve viajar para a Itália, país do qual tem cidadania.
Com isso, Moraes atendeu ao pedido apresentado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, que havia solicitado a prisão preventiva da deputada, após ela declarar em diversas entrevistas que viajou aos Estados Unidos e que se mudaria para a Itália para evitar uma possível extradição.
"No caso de Carla Zambelli Salgado de Oliveira, é inequívoca a natureza da alegada viagem à Europa, com o objetivo de se furtar à aplicação da lei penal, em razão da proximidade do julgamento dos embargos de declaração opostos contra o acórdão condenatório proferido nestes autos e a iminente decretação da perda do mandato parlamentar", afirmou o ministro em sua decisão.
Moraes também determinou a inclusão de Zambelli na difusão vermelha da Interpol e o bloqueio de bens e contas bancárias da deputada, que foi condenada pela Primeira Turma do STF a 10 anos de prisão por ter invadido os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
"Como cidadã italiana, eu sou intocável na Itália, não há o que ele [Moraes] possa fazer para me extraditar de um país onde eu sou cidadã, então eu estou muito tranquila quanto a isso", afirmou Zambelli à CNN na última terça (3).
Em 2015, no entanto, a Itália extraditou o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no caso do mensalão, apesar de ele ter cidadania italiana, o que pode abrir um precedente.
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