A cantora italiana Laura Pausini rebateu as diversas críticas que recebeu após se negar a interpretar "Bella Ciao", célebre música antifascista e símbolo da Resistência na Itália, e disse que abomina o fascismo e todas as formas de ditadura.
Em um comunicado publicado no Twitter nesta quinta-feira (15), a artista tentou esclarecer seus motivos para não cantar a "música política" em um programa da TV espanhola.
"Queria expressar meu ponto de vista após a polêmica desses dias. Numa situação de televisão improvisada, leve e de puro entretenimento, optei por não cantar um hino de liberdade, mas repetidamente explorado ao longo dos anos em diferentes contextos políticos", escreveu ela em italiano e espanhol.
"Como mulher, antes de ser artista, sempre fui pela liberdade e pelos valores. Abomino o fascismo e qualquer forma de ditadura. Minha música e minha carreira demonstram os valores em que sempre acreditei", acrescentou.
— Laura Pausini (@LauraPausini) September 15, 2022
Pausini explicou ainda que "queria evitar ser arrastada e explorada em um momento tão acalorado e desagradável de campanha eleitoral, mas infelizmente não foi assim".
"Respeito meu público e continuarei a fazê-lo, com liberdade de escolher como me expressar", concluiu.
No início da semana, Pausini participou do popular quiz "El Hormiguero", comandado pelo comediante Pablo Motos, junto com os cantores Luis Fonsi, Antonio Orozco e Pablo López.
Na ocasião, foi simulado um concurso e todos os convidados tinham que cantar uma música com a palavra escolhida. Em um determinado momento, Motos e Fonsi começaram a interpretar "Bella Ciao", mas a italiana se recusou por ser "muito política". A decisão, no entanto, provocou um alvoroço nas redes sociais, entre insultos, críticas e apoio.
"Não canto canções políticas, nem de direita nem de esquerda. Canto o que penso sobre a vida há 30 anos. Que o fascismo é uma vergonha absoluta parece óbvio para todos. Não quero qualquer um para me usar para propaganda política", ressaltou a italiana.
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