Em um vídeo com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, o cardeal Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), revelou que o papa Francisco lhe questionava sobre como o Vaticano poderia colaborar em amenizar o sofrimento causado pela guerra no leste europeu.
"O Papa me perguntava sempre: estamos indo além? O que mais podemos fazer?", contou Zuppi a Zelensky durante encontro entre eles após o funeral de Jorge Bergoglio, ocorrido no último sábado (26).
O cardeal italiano foi escolhido por Francisco como o enviado especial do Vaticano para uma missão de paz, estando na Ucrânia e na Rússia em 2023 para buscar soluções para o confronto em andamento e tratar do retorno à Kiev das crianças deportadas para Moscou.
"É muito importante para nós estarmos na Itália hoje (26) e nos juntarmos ao mundo inteiro. Somos gratos pela assistência do Vaticano à Ucrânia ao facilitar o retorno das crianças ucranianas deportadas e deslocadas ilegalmente para a Rússia e pela libertação de prisioneiros", escreveu o chefe de Estado de Kiev ao compartilhar o vídeo onde aparece com Zuppi, tido como um dos preferidos para suceder Francisco no pontificado.
"A coisa mais importante para o nosso país é trazer todo o nosso povo para casa, trazer mais vidas para casa, para seus entes queridos, para suas famílias. Há muitas crianças que são mantidas na Rússia à força. Queremos trazê-las de volta e é por isso que mais uma vez recorremos ao Vaticano para obter ajuda", acrescentou Zelensky, que se reuniu com diversos líderes mundiais às margens do funeral de Bergoglio, incluindo seu homólogo americano, Donald Trump, cuja foto da conversa entre eles - sentados em cadeiras simples e conversando olho a olho - virou uma marca da cerimônia fúnebre ao alimentar esperanças para a paz.
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