O presidente da illycaffè, Andrea Illy, revelou que a companhia italiana pretende apresentar um projeto de Inteligência Artificial (IA) para a cafeicultura durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), em novembro, em Belém, no Pará.
Segundo Illy, a marca, que já propôs melhorias na produção do setor para países de baixa renda na presidência da Itália no G7 no ano ado, também teria apoio do governo do país europeu para a nova ideia no principal evento ambiental de 2025.
Partindo das mudanças climáticas, que têm afetado grande parte da produção cafeeira - e, consequentemente, o consumidor final, que encontra preços exorbitantes para consumir seu café do dia a dia -, o presidente antecipou alguns detalhes do projeto.
"A IA pode simular, por exemplo, o impacto do El Niño na próxima safra; pode nos dizer se devemos ou não irrigar a lavoura; pode nos ajudar nos tratos agronômicos, assim como a prever a variação futura dos preços das próximas safras", explicou Illy, acrescentando que "não há limites para o quanto a IA pode abraçar o setor cafeeiro".
De acordo com o empresário, que viajou a São Paulo para a entrega do 34º Prêmio Ernesto Illy de Qualidade Sustentável do Café para Espresso, que homenageia desde 1991 os melhores produtores brasileiros e marcou o início do relacionamento direto entre a illycaffè e os cafeicultores nacionais, "o Brasil pode se tornar um protótipo" com o projeto de IA para a cafeicultura.
"Foi no Brasil que fizeram as maiores transformações do setor. O país deixou de ser produtor de commodities para se tornar um protagonista mundial na produção de café de alta qualidade", defendeu o executivo, esclarecendo que as práticas sustentáveis da illycaffè já são aplicadas com "70% dos produtores" que vendem para a empresa, com tecnologias que "consomem menos água e utilizam menos defensivos agrícolas", por exemplo.
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