Ao menos 12 pessoas morreram e 90 ficaram feridas durante uma série de bombardeios em Kiev, capital da Ucrânia, realizados pela Rússia na noite desta quinta-feira (24). Segundo o governo do país atingido, duas crianças estão desaparecidas sob os escombros. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um apelo a seu homólogo russo, Vladimir Putin, pedindo para interromper os ataques.
A aeronáutica militar de Kiev identificou nada menos que 70 mísseis balísticos e 145 drones de Moscou. Já o Ministério do Interior acrescentou que 13 pontos da capital foram atacados e "as consequências são trágicas".
"Há pedidos de socorro por telefone vindos de baixo dos escombros. Duas crianças estão desaparecidas e ainda não há sinal delas", afirmou o ministro da pasta, Ihor Klymenko, que também informou que as regiões de Zhytomyr, Dnipropetrovsk, Kharkiv, Poltava, Khmelnytsky, Sumy e Zaporizhzhia também foram alvo dos russos.
Na província de Zhytomyr, no noroeste da Ucrânia, uma unidade do serviço de emergência do Estado foi atingida durante o bombardeio enquanto realizava atendimento a um ataque anterior, ferindo um socorrista de 39 anos.
Devido à gravidade dos ataques, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que está na África do Sul em visita de Estado, deve retornar mais cedo a Kiev. Ele voltou a declarar que os ataques de Moscou "devem cessar imediata e incondicionalmente".
"aram-se 44 dias desde que a Ucrânia aceitou um cessar-fogo completo e uma trégua aos ataques. E são 44 dias que a Rússia continua a matar o nosso povo", escreveu Zelensky no X.
O chefe de Estado afirmou para a imprensa sul-africana não ver "nenhuma forte pressão contra a Rússia" para colocar fim no conflito, que está em seu terceiro ano.
A Rússia comentou os bombardeios desta quinta, afirmando que suas forças tinham como alvo "indústrias do setor militar".
Os ataques atingiram "indústrias dos setores da aviação, de mísseis, espaciais, da engenharia mecânica e de veículos blindados, além das que produzem combustível para mísseis e pólvora", informou o Ministério do Interior russo.
"Enquanto afirma buscar a paz, a Rússia lançou um ataque aéreo mortal sobre Kiev. O verdadeiro obstáculo não é a Ucrânia, mas os russos, cujos objetivos militares não mudaram", disse no X a alta representante da União Europeia para Política Externa, Kaja Kallas.
Já o vice-premiê da Itália e ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, reforçou que Roma está "trabalhando para uma paz justa em Kiev", acrescentando que o país apoia "os esforços americanos para chegar a um acordo que leve a um cessar-fogo".
Ontem, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou seu homólogo ucraniano por este se negar a ceder o território da Crimeia aos russos.
"São declarações inflamatórias como as de Zelensky que tornam tão difícil resolver esta guerra", disse Trump, que teve sua declaração rebatida hoje pelo líder de Kiev.
"A Ucrânia faz tudo o que os aliados pedem, mas não pode mudar de ideia sobre a Crimeia", respondeu Zelensky sobre o território que foi tomado por Moscou em 2014.
Após os novos ataques contra o território ucraniano, o presidente dos EUA voltou a se pronunciar hoje sobre o caso, dirigindo-se desta vez ao líder russo.
"Vladimir, pare! Cinco mil soldados morrem por semana. Vamos fazer um acordo [de cessar-fogo]", escreveu Trump no Truth.
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