O papa Leão XIV recebeu nesta terça-feira (27), em audiência privada no Vaticano, uma delegação do Napoli, incluindo jogadores e comissão técnica, após a conquista do título do Campeonato Italiano, e fez um alerta sobre a necessidade de o futebol não ser tratado apenas como um "negócio".
Dois ônibus brancos entraram pela Porta del Perugino depois que a equipe chegou a Roma em um trem proveniente de Nápoles, no sul da Itália.
"Parece que não quiseram aplaudir: a imprensa diz que sou torcedor da Roma. Mas bem-vindos. Nem tudo o que você lê na imprensa é verdade", brincou o Pontífice no início do encontro, na Sala Clementina.
Robert Francis Prevost acolheu os jogadores e comissão técnica do Napoli e parabenizou todos pela conquista do quarto Scudetto, após derrotar o Cagliari, por 2 a 0, na última sexta-feira (23), lembrando que foi "uma grande festa para a cidade de Nápoles".
O líder da Igreja Católica destacou ainda que "ganhar o campeonato é um objetivo alcançado ao final de uma longa jornada, onde o que mais importa não é o feito único ou a performance extraordinária de um campeão", mas o fato de que o "campeonato é conquistado pela equipe".
"Quando digo 'equipe', refiro-me tanto aos jogadores, ao treinador com toda a equipe, quanto ao clube esportivo. Por isso, tenho o prazer de recebe-los agora, para destacar esse aspecto do seu sucesso, que considero o mais importante", disse.
O Santo Padre explicou também que isso tudo "é do ponto de vista social", tendo em vista que "o futebol é popular na Itália e no mundo". Desta forma, "sob esta perspectiva, parece-me que o valor social de um evento como este, que vai além do fato meramente técnico-esportivo, é o exemplo de uma equipe — no sentido amplo — que trabalha em conjunto, na qual os talentos dos indivíduos são colocados a serviço do todo".
Aproveitando esta oportunidade, Prevost disse que o futebol diz respeito ao "aspecto educacional", mas alertou que, "infelizmente, quando o esporte se torna um negócio, corre o risco de perder os valores que o tornam educacional, podendo até se tornar antieducacional".
"Precisamos estar vigilantes sobre isso, especialmente quando lidamos com adolescentes", alertou ele, fazendo um "apelo aos pais e aos gestores esportivos: precisamos de prestar muita atenção à qualidade moral da experiência desportiva a nível competitivo, porque o que está em jogo é o crescimento humano dos jovens".
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