Os cardeais se reuniram para sua sétima Congregação Geral nesta quarta-feira (30), enquanto se preparam para eleger o sucessor do papa Francisco em um conclave que começará no próximo dia 7 de maio, e fizeram um apelo por orações de todos os fiéis.
Os religiosos desejam "estender ao Povo de Deus o convite a viver este momento eclesial como um evento de graça e discernimento espiritual, na escuta da Vontade de Deus", diz um comunicado de imprensa da Santa Sé.
Por isso, os cardeais, "conscientes da responsabilidade a que são chamados, percebem a necessidade de serem amparados pela oração de todos os fiéis".
"É a verdadeira força que, na Igreja, favorece a unidade de todos os membros no único Corpo de Cristo (1 Cor 12,12). Diante da grandeza da tarefa iminente e das urgências dos tempos atuais, é necessário, antes de tudo, tornar-se humildes instrumentos da infinita sabedoria e providência do Pai Celeste, dóceis à ação do Espírito Santo", acrescenta a nota.
Segundo os cardeais, "Ele é, de fato, o protagonista da vida do Povo de Deus, Aquele a quem devemos escutar, acolhendo o que Ele diz à Igreja". "Que Nossa Senhora acompanhe esta invocação coral com sua intercessão maternal".
Durante a reunião, os religiosos também agradeceram o italiano Angelo Becciu, condenado a cinco anos e meio de prisão por peculato, por ter desistido de participar do processo para eleger o novo pontífice e confirmaram que todos os eleitores terão direito a voto, embora o atual número de cardeais seja superior a 120.
A Congregação dos Cardeais "expressa apreço pelo gesto realizado [por Becciu] e espera que os órgãos de justiça competentes possam apurar definitivamente os fatos", diz a nota oficial, lembrando que ele tomou a decisão "tendo em mente o bem da Igreja, bem como para contribuir para a comunhão e a serenidade do conclave".
Já em relação aos eleitores, os religiosos destacam que Francisco, ao criar um número de cardeais superior a 120, conforme estabelecido na Constituição Apostólica Universi Fominici Gregis de São João Paulo II, de 22 de fevereiro de 1996, concede o direito a todos de elegeram o líder da Igreja Católica.
O conclave para eleger o sucessor de Jorge Bergoglio começará no próximo dia 7 de maio, às 16h30 (horário local), com a entrada e o juramento dos 133 cardeais eleitores na Capela Sistina, conforme previsto pelo Ordo Rituum Conclavis, conjunto de normas e rituais litúrgicos que regem o processo.
Segundo o cardeal salvadorenho Gregorio Rosa Chávez, a expectativa é de que o processo não demore muito. "Não temos um nome nem um estilo, mas acho que a direção é clara", afirmou ele, que não está entre os 133 cardeais eleitores que participarão do conclave por ter mais de 80 anos.
"Acho que (o conclave) durará no máximo três dias", acrescentou Rosa Chávez, apesar de itir que o processo "é muito aberto e pode haver surpresas, como sempre houve na história da Igreja".
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