Dono de uma vasta carreira eclesiástica e um diplomata experiente, o italiano Fernando Filoni, de 79 anos, é um dos cardeais que podem suceder o papa Francisco no próximo conclave na Capela Sistina, no Vaticano.
Natural de Galatone, na região da Puglia, Filoni é cardeal desde 2012 e é grão-mestre da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém, responsável por obras de caridade e culturais na Terra Santa. A carreira eclesiástica do religioso decorreu inteiramente na diplomacia vaticana sob os papados de João Paulo II, Bento XVI e Francisco.
Formado em filosofia, direito canônico e comunicação social, o cardeal italiano já esteve no Sri Lanka, Irã, Brasil, Filipinas, Hong Kong, Jordânia e Iraque. Filoni era substituto na secretaria de Estado do Vaticano, bem como prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos.
Filoni estava no Iraque quando o segundo conflito do Golfo eclodiu em 2003 e foi o único diplomata ocidental a permanecer em Bagdá durante os bombardeios.
"Quando o estrondo de bombas e mísseis chegou à nunciatura, eu disse para eles: 'acalmem-se, enquanto os ouvirmos, significa que estamos vivos'", disse o cardeal.
Além disso, o religioso costuma utilizar uma cruz peitoral que foi um presente da comunidade islâmica local para Filoni por ele não ter abandonado a cidade durante os ataques. O ório foi produzido manualmente por um muçulmano.
Em 2013, o italiano participou de seu primeiro conclave, mas foi enviado de volta ao Iraque no ano seguinte pelo papa Francisco em meio ao avanço do Estado Islâmico na região, pois os cristãos locais estavam necessitando de um religioso.
Em 2021, Filoni retornou ao país árabe, mas acompanhado de Mario Bergoglio, naquela que se tornou a primeira viagem de um pontífice à terra de Abaraão.
"Não é um retiro espiritual. As duas primeiras votações são para orientação, depois começamos a tirar conclusões. Quando votamos, não falamos, mas depois comemos juntos, convivemos e discutimos. Levará dois, três, quatro dias, veremos. Mas o fato é, acredite, que os cálculos não são suficientes", disse Filoni em uma entrevista ao Corriere della Sera.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA