A Organização das Nações Unidas (ONU) enfrentou dificuldades nesta quinta-feira (22) em distribuir ajuda humanitária na Faixa de Gaza feita com 90 caminhões, enquanto ao menos 29 crianças palestinas morreram de fome no enclave nos últimos dias, segundo o Hamas. Segundo a Itália, o que ocorre no local "poderá afetar também Israel".
"Grupos humanitários têm enfrentado dificuldades significativas na distribuição de ajuda [nesta quinta] devido à insegurança, ao risco de saques e a problemas de coordenação com as autoridades israelenses", disse Jens Laerke, porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, acrescentando que a maior parte dos suprimentos está no lado de Gaza da agem de Kerem Shalom com Israel.
Mais cedo, o presidente da Sociedade do Crescente Vermelho Palestino, Younes Khatib, já havia negado que os suprimentos da ONU tivessem sido entregues à população.
"A maior parte dos caminhões se encontra ainda em Kerem Shalom, onde acontece uma inspeção", explicou Khatib.
No entanto, a Cruz Vermelha atualizou a informação dizendo que a ajuda humanitária foi entregue à população palestina, sendo uma parte doada a um hospital em um campo de refugiados. Após mais de 10 semanas bloqueando totalmente a distribuição de ajuda humanitária em Gaza, as autoridades israelenses autorizaram a entrada de caminhões.
"Preciso dizer a Israel que o que está acontecendo [na Faixa de Gaza] corre risco de afetar também os israelenses. Pelo fato desta guerra levar à morte de milhares de pessoas inocentes cria condições para que o Hamas encontre mais consenso", afirmou o ministro italiano da Defesa, Guido Crosetto, ao dizer que "um país amigo deva dizer a [Benjamin] Netanyahu que ele está errado".
"Devemos proporcionar segurança à Palestina e dar um futuro à ela", acrescentou.
Na noite da última quarta-feira (21), dois funcionários da embaixada de Israel em Washington, nos Estados Unidos, foram mortos a tiros em frente a um museu judaico. Segundo relatos, o suspeito, Elias Rodriguez, de 30 anos, natural de Chicago, teria gritado "Palestina Livre" durante sua prisão.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA