A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou nesta terça-feira (1º) que a UE tem um "plano sólido" preparado para adotar represálias às tarifas anunciadas pelo governo de Donald Trump.
Em discurso no Parlamento Europeu, a chefe do Executivo destacou que "este confronto não é do interesse de ninguém", principalmente porque a relação comercial entre a UE e os EUA "é a maior e mais próspera" do mundo e todos estariam melhor se as partes conseguissem "encontrar uma solução construtiva".
Ao mesmo tempo, deixou claro que a "Europa não iniciou este confronto" e agirá para proteger os interesses dos cidadãos e empresas do bloco. "Não queremos necessariamente retaliar, mas temos um plano sólido para adotar represálias, se necessário", afirmou.
A presidente da Comissão Europeia enfatizou ainda que "muitos europeus sentem-se profundamente desanimados com os anúncios vindos dos EUA sobre tarifas, e isto é um erro do governo Trump".
O republicano anunciou a imposição de tarifas expressivas sobre a importação, que devem entrar em vigor nesta semana, e tem feito diversas ameaças contra a UE, um dos principais aliados de Washington no cenário internacional.
"As tarifas são impostos que serão pagos pela população. São impostos para os americanos sobre os seus alimentos e medicamentos. Apenas alimentarão a inflação. Exatamente o oposto do que queremos alcançar", alertou Von der Leyen.
De acordo com ela, as fábricas americanas também pagarão mais pelos componentes produzidos na Europa" e tudo isto "custará empregos, criará um monstro burocrático de novos procedimentos aduaneiros" e "será um pesadelo para todos os importadores norte-americanos".
"Hoje ninguém precisa disso, nem nos Estados Unidos, nem na Europa", acrescentou, apelando à colaboração dos Estados Unidos para resolver "graves problemas no mundo do comércio", como "excesso de capacidade, desequilíbrios, subsídios injustos, negação de o ao mercado, roubo de propriedade intelectual".
Por fim, Von der Leyen explicou que a estratégia da UE para proteger seus interesses se une a outros dois princípios: adaptação do mercado único interno e diversificação. "Em um momento de economia global turbulenta, o mercado único [do bloco] é nosso porto seguro", concluiu.
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