O padre José Luís Carbajal, pároco da igreja de São José em Flores, bairro de Buenos Aires, na Argentina, onde o papa Francisco nasceu, viveu sua juventude e descobriu sua vocação, ficou emocionado ao saber da notícia da morte do pontífice nesta segunda-feira (21).
"Francisco dava importância às pessoas comuns", contou, destacando "a grande humildade" de Jorge Bergoglio, "uma característica que permaneceu constante no tempo", como quando o Santo Padre "pegava os meios de transporte públicos e caminhava pela Plaza de Mayo para ir à arquidiocese".
Ou quando o Papa continuava a usar "um relógio de plástico, daqueles fornecidos aos padres".
"Às vezes, quando a manga [de sua vestimenta] subia, o relógio aparecia na Basílica de São Pedro [no Vaticano]. O Papa nunca nos surpreendia, porque ele sempre era coerente consigo mesmo", afirmou dom Carbajal.
"Quando recebi a mensagem de um fiel que me avisou sobre sua morte, fiquei sem palavras e comecei a chorar aqui na igreja. A morte surpreendeu os fiéis da paróquia de Flores, ainda que o víssemos com uma saúde muito delicada" e, portanto, "estávamos um pouco preparados", confessou o padre.
"Hoje as missas aqui estarão lotadas e a igreja ficará aberta até às 21h para rezarmos por ele", acrescentou.
Entre suas outras recordações, Carbajal destacou a ajuda financeira que Francisco "nunca deixou faltar à igreja". Além disso, o líder da Igreja Católica também "tratava todo mundo da mesma forma". E se informava: "perguntava sempre 'como vão seus pais', 'como você está', ou se tinha gostado da poesia que ele tinha compartilhado".
A ligação do papa Francisco "com a igreja de São José de Flores era muito forte", acrescentou o pároco, detalhando que é por isso que "decidiu tomar posse como Papa no dia de São José, 19 de março, embora tenha sido eleito em 13 de março, há 12 anos".
"Não é por acaso que, sob a imagem de São José reclinado no altar da igreja de São José de Flores, há uma carta manuscrita do Papa, na qual também se refere à figura da Virgem Maria".
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