O Palazzo Pitti, em Florença, que foi residência da família Médici, abrirá permanentemente ao público o chamado "Apartamento da Duquesa", onde ao longo dos séculos residiam soberanos, rainhas e príncipes, pela primeira vez na história.
O luxuoso apartamento, situado no segundo andar do palácio, leva o nome de Ana de França, viúva do duque Amedeo de Aosta, a última pessoa a viver no local até ele ser entregue ao Estado italiano após a Segunda Guerra Mundial.
Visíveis apenas em raras ocasiões, os espaços serão abertos no próximo dia 29 de setembro e posteriormente haverá um calendário de visitas guiadas em todos os domingos a partir de novembro.
Segundo divulgado pelas Gallerie degli Uffizi na última terça-feira (24), a inauguração atual ocorreu graças a "um escrupuloso restauro que reconstruiu as salas do século 19 com base em inventários judiciais".
O apartamento é composto por vários quartos, alguns dos quais com vista para o Jardins Boboli, e foi construído na época dos Médici, quando Cosimo I de' Medici e Eleonora di Toledo compraram o palácio para transformá-lo em palácio grão-ducal.
Em meados do século 17, estes ambientes tornaram-se a residência de Fernando II e Vittoria della Rovere. Além disso, albergavam também a extraordinária coleção de manuscritos, instrumentos matemáticos e obras de arte do cardeal Leopoldo, que aqui se reuniu com a Accademia del Cimento, que fundou em 1657.
Com a agem para a família Lorena, de 1790 até à chegada da família Savoy, o local ou a assumir o nome de "Bairro de Inverno". Neste período, sob o Grão-Duque Fernando III, ocorreram as intervenções arquitetônicas mais importantes, conferindo ao apartamento o aspecto moderno que ainda é conservado.
A chegada dos Sabóia marcou o fim do Grão-Ducado da Toscana e tornou o espaço a residência dos reis da Itália (1865-1911), sendo chamado de "Apartamento de Sua Majestade o Rei", mas os Sabóia simplesmente mudaram os móveis e tapeçarias, visual atual que poderá ser conferido pelos visitantes.
"A abertura regular do apartamento da Duquesa de Aosta pela primeira vez marca um primeiro o importante no plano de relançamento do Palazzo Pitti", comentou o diretor das Gallerie degli Uffizi, Simone Verde.
Segundo ele, a iniciativa continuará e, nos próximos meses, depois de anos, no final de uma extensa operação de restauro e reorganização, as belas salas do Tesouro dos Grão-Duques no rés-do-chão poderão ser novamente visitadas, enquanto no primeiro andar, a partir das próximas semanas, o mesmo acontecerá com os quartos dos aposentos reais".
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